Transei e agora?
Pastor Silmar Coelho
Olhares
se cruzam; a pequena chama está acesa. A conversa, a princípio
inocente, vai dando lugar as carícias. O desejo, quase incontrolável,
afogueia o corpo dos apaixonados. Agora, o segurar das mãos não é o
bastante. Os abraços são seguidos de beijos longos e apaixonados. Como a
intimidade não tem volta, ela é cada vez mais crescente, dominadora,
exigindo mais, abrindo as portas do "jardim fechado", revelando
sensações adormecidas, até acontecer o que parece inevitável. Eles se
entregam um ao outro. Os dois seres são arrastados pela torrente
irrefreável do prazer. Eles chegaram a um ponto que parece impossível de
voltar. Na verdade, neste momento, eles não querem voltar. Eles não
pensam em nada a não ser neste momento. Possuídos pelo desejo, eles
consumam o ato. De repente tudo acaba, eles voltam a realidade.
Sobressaltados, eles nem sabem o que fazer. E agora?
Eles
se ajeitam o melhor que podem. Sem conseguirem se encarar, eles correm
para casa e se trancam no banheiro. Num banho demorado, ela tenta lavar o
que não poder ser limpo com água. Não há como negar que o que sentiram
foi algo extraordinário. Mas, se o que eles fizeram foi tão maravilhoso,
porque um sentimento estranho e incomodo desassossega os amantes?
Porque dentro deles uma pequena voz importuna a consciência? Porque,
como Adão e Eva, eles também desejam se esconder? Porque é tão difícil
encarar os pais no outro dia? Porque aquilo que foi tão lindo, agora
parece tão feio?
Os
namorados se evitam. Eles sabem que se ficarem a sós por uns minutos
tudo vai acontecer outra vez. Depois da primeira vez exercitar domínio
próprio é dificílimo. Muitas opções inquietam o dia seguinte. O que
fazer? Continuar transando? Alguém pode descobrir e ainda tem o risco de
gravidez. Terminar o namoro? Nem pensar, eles se amam! Casar como? Eles
ainda têm a faculdade. Contar para os pais? Qual vai ser a reação
deles? De jeito nenhum, os pais são uns quadrados; eles nunca vão
entender. Procurar um amigo? Onde encontrar este amigo que vai manter o
segredo e que tem uma palavra salvadora? Confessar ao pastor? E se ele
levar o fato ao conhecimento da igreja? E se ele simplesmente excluí-los
da igreja? Aí todo mundo vai ficar sabendo.
Seus
argumentos são válidos e bem colocados. No entanto, dentro deles o
desassossego permanece. Uma culpa crescente destrói-lhes a paz. Uma
tristeza profunda aborrece os momentos que antes eram felizes. Um
silêncio irritante os faz ouvir seus próprios pensamentos. E agora?
A
decisão a ser tomada vai depender do quanto você está comprometido com
Deus. Para quem vive sem Deus é muito normal transar. Eles simplesmente
transam e pronto. A filosofia deles é: "viva e deixe viver". Estas
pessoas afirmam categoricamente. Nada é ruim se é bom para mim mesmo. Se
engravidar faz um aborto e pronto. E daí se os pais descobrirem? Se der
certo casamos, se não separamos! Minha consciência de nada me acusa!
Não temos nenhuma satisfação a dar a sociedade! Cada um cuide da sua
vida! Não dou o direito de ninguém se meter onde não é chamado!
Outras
pessoas já conhecem a Deus, mas mesmo assim ainda não permitem que Deus
controle todas as áreas de sua vida. Embora estas pessoas queiram fazer
o que é certo, elas ainda continuam a fazer o que lhes agrada e domina.
Elas procuram ter um relacionamento com Deus, mas elas vivem em altos e
baixos. Conseguem não transar por algum tempo. Procuram a ajuda de Deus
com veemência. Por alguns dias, elas conseguem vencer até caírem na
mesma falta. As constantes quedas produzem cristãos fracos, raquíticos,
anêmicos, com uma auto-estima doentia. Das duas uma, eles se conformam e
continuam vivendo este tipo de vida ou se tornam hipócritas e aparentam
viver aquilo que no fundo não vivem. Paralelamente a pública e
supostamente santa vida cristã, eles vivem uma vida ambígua, deformada, e
muitas vezes intolerante com o pecado os outros. Eles pecam, vivem como
se não pecassem, e condenam os que pecam.
Existem
aqueles que sinceramente querem andar com Deus. Por mais que eles
tenham milhares de argumentos válidos para se autojustificarem, eles
reconhecem que pecado é pecado. Eles não são nem mais nem menos
pecadores que todos os outros. A diferença é que estes não querem
permanecer no pecado. Para eles o pecado é um acidente de percurso. Eles
pecam porque são pecadores, mas eles não sentem prazer no pecado. Eles
reconhecem que só existe uma maneira de lidar com o pecado.
Transar
todos querem! Que transar é bom ninguém tem dúvida! O que fazer depois?
Eis a grande questão. Tudo vai depender de você. A atitude que você
toma no dia seguinte é fundamental. É esta atitude que vai determinar o
seu futuro e felicidade. Você pode simplesmente tapar a voz da
consciência, usando para isto a muita ocupação, a diversão, os vícios, e
desculpas esfarrapadas, ou até mesmo com uma nova transa. Entretanto,
este modo de agir produzirá angústia e tormento. Somente uma atitude
honesta, sincera, e responsável vai conduzir você a verdadeira
felicidade.
Não
tenham pressa. Seu maravilhoso e sublime momento de amor vai chegar.
Esperem pela hora e pessoa certa. Não maculem seu futuro, carregando
vida afora as marcas dos fantasmas do passado. Quando chegar o esperado
momento, vocês descobrirão que ao invés de apenas transar, vocês estarão
realmente fazendo amor, numa entrega por inteiro, sem traumas ou
culpas, em completa e doce paz, casados e plenamente realizados.
Não é preciso casar para ser feliz ao lado da pessoa amada, é preciso respeito, amor e compreensão mútua. Quando duas pessoas, de sexos separados ou não, se amam nada vai separa-las, mais se duas pessoas não se amam não é o casamento ou pressão social que vai mante-las juntas.
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